segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O gostosããão

Então, mais uma vez eu estava quieta, distante de qualquer rolo, sexo eventual ou afins. Diante de uma semana de cão, trabalhando até tarde, bateu-me um cansaço tremendo. Em um dos raros momentos de descontração, entrei em uma página de relacionamento, na qual tenho um perfil nada provocativo e com o interesse bem à vista: AMIZADE.

Ainda assim, surge um homem, forçando um primeiro contato, com aquela démodé conversa on-line. Hesitei em conversar com o carinha, mas só para variar, fui lá, paguei pra ver.

Conversa vai e vem, o old boy, um quarentão convicto, mostrou ser um “cara maduro”, distinto, com bom gosto, “bastante experiente” e um esportista nato. Aquele velho papo furado do homem mais velho.

Desde logo, percebi que o cara poderia ser uma boa aventura sexual, mas, definitivamente, longe de ser o cara que a mamãe sonhou pra mim... hehehe. Ele é uma espécie de “homem crasso”, ignorante ao extremo.

Bem, por outro lado, o quarentão tinha um material corpóreo muuuuuuuuuuito instigante, de fazer você pensar as coisas mais absurdas com toda aquela virilidade. Ui!

Então, cozinhei o tiozão por umas três semanas e, na primeira oportunidade, o moço não perdeu tempo e convidou-me para tomar um vinho do porto – para bom entendedor, ele queria amaciar a carne antes do jantar. Marcamos o encontro para o fim de semana.

Naquele fim de semana surgiu um probleminha em uma cidade próxima, tive que seguir sem planejamento – dei o “bolo” no rapaz. O boy me ligou o fim de semana inteiro, mas não consegui atendê-lo. Na verdade, não quis atendê-lo.

Quando retornei, o desesperado moço havia deixado recados e recados on-line na tentativa de saber o meu desaparecimento. Então, entrei em contato, e remarcamos a saída para a semana seguinte.

Chegado o dia, deixei o tio esperando cerca de 40 minutos, quando finalmente nos encontramos. De cara o rapaz mostrou a sua falta de compostura e o mau tratamento que dispensa a uma mulher. Escolheu a pior mesa e a mais desconfortável. Quando o garçom surgiu, o boy fez o pedido, sem nem ao menos se dar conta que estava acompanhado e, para amenizar a situação constrangedora, aceitei o que ele pediu.

Conversamos o mesmo assunto durante longas horas, já que o moço tem o papo limitado ao trabalho e a preparação física que realiza. Saía da conversa maçante, mas o velho rapaz voltava ao ponto de partida. Já cansada, o garçom retornou e perguntou: “mais alguma coisa?”. O ancião, mais uma vez, esqueceu que havia uma mulher em sua companhia, sentada em um banco bem desconfortável e louca pra tomar uma água com gás, bem gelada, porém – grosseiramente - o boy declarou: “não queremos mais nada, pode trazer a conta”. Certo, eu estava ali um tanto “fantasminha camarada”, engoli seco e fingi não perceber o tratamento “vip” dedicado a minha pessoa.

O tio, então, resolveu elogiar as minhas mãos e pegando os meus dedos, se aproximou e já veio me beijando. Que ousadia, mal sabia ele que não havia clima para tal acostamento.

Saindo do barzinho, o tio sukita saiu em disparado e, muito constrangido, pegou disfarçadamente na minha mão. Caminhamos até o carro e, claro, o boy tratou logo de me beijar, me apertar, me amassar. Surgiu aquele convite: “quer ir até meu apartamento?” Pensei: “é claro. Na verdade, é só isso que quero contigo: sexo.”

Fomos até o apê do tiozão esportista. Cheguei ao recinto... visualizei o ambiente e posso garantir que os porcos se sentiriam em casa. Que chiqueiro!

Sentei no sofá da quite e... lá vem o negão, cheio de paixão. Ele tirou a camisa, a calça, o tênis, manteve a cueca e as meias. Sim, as meias ficaram. Bem, sem preliminares, sem carícias, sem excitação, o negão estava a ponto de bala. Eu lá, vestida. E as meias...

Fui para cama, acariciei o boy, nos amassamos. Mas sem sexo. Quando menos imaginei, lá estava o tio, nu e roncando no meu ombro. Depois dessa, melhor ir pra casa, tomar um banho quente e dormir, dormir muuuuito.

A semana passou e o negão não desistiu. Bem, eu queria provar o quarentão. Fui ao encontro do boy. Fui mais uma vez ao “cantinho da bagunça”, e advinha (?) o moço já estava nu em cima da cama. Pedi que ele esperasse ao menos eu tirar a sandália... e o melhor ainda estava por vir...
Subi no quarentão e, em meio aos movimentos, o tio começou a apresentar expressões faciais de que algo não estava bem. Então, preocupada, tive que perguntar: “você está bem?”. O distinto senhor respondeu “sim, acho que sua pressão está baixa”...

Continuei. Eis que na mudança de posição, o boy faz uma observação fulcral: “que buceta gostosa”. É, uma observação bem grosseira e nada excitante.

Tudo bem, apesar de muitas tentativas, eis que o negão mostrou sua virilidade: o tio brochou! Ah, sim... tanto material jogado fora. Muita malhação. Corpo delineado. Uma pele morena. Pernas grossas. Enfim, tanta coisa para naaada.

Os gordinhos, os exóticos, aquela barriguinha saliente... esses sim, nunca me deixaram na mão! Hehehe... para finalizar, o tio mais uma vez apagou com o motor ligado. O ronco estrondava as paredes do seu humilde chiqueiro.

Depois de tamanha frustração, compreendi porque o quarentão é tão convicto... Titio, beijo, não liga!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A Língua de Lixa

Definitivamente, perante tantos encontros desastrosos, resolvi ficar o resto ano passado sossegada. No entanto, as situações inusitadas insistem em acontecer. Bem, ao menos mais um causo, né...

O fim de semana parecia tranquilo até surgir um convite no início da noite de sábado. E, mais uma vez, vou ao encontro dos amigos. Chegando à casa de uma amiga, avistei algumas pessoas que já havia encontrado em outras oportunidades e alguns amigos dela, entre eles, um em especial foi por demais simpático e bem educado.

Reparei que o moço era uma graça, mas não havia interesse. Ao menos seria mais um “amigo homem”.

No fim da noite, depois das cervejas, do whisky e outras doses, já estávamos “altos”. Todos se recolheram, e eu tive a brilhante idéia de fazer companhia ao boy. Conversa vai, conversa vem e o rapaz se aproxima. A idéia do “amigo homem” acabou ali.

Beijamo-nos com uma mistura desagradável de cheiro de suor e bebida. O boy roçava a sua língua rugosa na minha boca. Não bastando a língua de lixa, o beijo foi um tanto desesperado.
Quando menos esperava, o boy já estava, literalmente, embaixo do meu vestido. Aff...eis que homem polvo, percorria todo o meu corpo, desesperadamente, e eu ali, lixando os dentes com aquela língua áspera e frenética.


Enquanto eu tentava controlar o boy, ele dizia: “Ou, ou fia, calma”. Fia? Não, não: fia? Francamente. Depois dessa, veio a tentativa de sexo anal. Sem preservativo e lubrificante. Menos! O bom moço revelou-se insano e bem apressadinho. O boy precisava de uma camisa de força e um prozac.

Pela manhã, o rapaz acordou com uma cara de “João arrependido”. É, bateu a ressaca moral. Eu ali, absolutamente constrangida. Com uma vontade tremenda apagar aquele sábado da memória.
O boy foi embora, despediu me dando um beijo no canto da boca e disse: “a gente se fala”. Não, não baby. Nem pensar!

Depois de algumas semanas chegou até os meus ouvidos que o boy – simpático e educado - havia comentado entre os amigos que só havia “ficado” comigo porque estava bêbado demais para ter controle sobre seus impulsos. Na verdade, esse baby boy é o típico cara-de-pau. Mais um palhaço no meu picadeiro.

Realmente essa velha desculpa dispensa qualquer comentário. Beijo, não liga!