segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Filho do Porteiro

Começo este causo contando a verdade desde o principio, pelo cabeço, já que o protagonista dessa história era, na verdade, um contador de mentiras e possuidor de uma criatividade tamanha, porém limitado pela capacidade masculina de não lembrar as mentiras que conta...



O filho do porteiro, ou melhor, o filho do senador, de uma cidadezinha chamada Souza, um lugarzinho no fim do mundo e perfeito para ser referência a um boy, muito criativo, mas sem a sorte do destino, cruzou o meu caminho...

Também não conto com a sorte, eis que costumo dizer que não tenho o dedo podre na escolha do sexo oposto: o meu braço inteiro está prejudicado.

Conheci o boy, que já deu o jeitinho de se apresentar como o filho de um senador, uma pessoa de boa família, responsável, distinto e bem despojado. Além do mais, mostrou-se disponível e interessado. Então, depois de umas duas saídas, recebi o convite final, o momento mais inusitado que passei ao lado desse boy... o singelo rapaz convidou-me para jantar. Aceitei o convite e, obviamente, já sabia que eu ofereceria o prato principal.

Seguimos para um restaurante e ficamos em uma mesa que estava de frente à recepcionista, que não conteve os olhares para o boy. O carinha percebeu o olhar incontinente da moça e comentou seu incomodo. Eu, muito descontraída, tentei relaxar o boy, dando alguns beijinhos, sem a manifestação de qualquer ceninha de ciúme.

Para minha surpresa, o rapaz se irritou “com minha falta de percepção” como dizia. Na verdade, ele queria uma demonstração de possessividade absurda e a indignação de um ciúme incontrolável...

Muito chateado, terminamos o jantar e, já dentro do carro, o distinto moço resolveu discutir a relação, que até então mal havia começado e anunciava o fim. No meio da discussão, decidi mudar a rota e segui para um motel... confesso que quanto mais ele mostrava sua revolta, mas excitada eu ficava.

Chegamos ao motel, o boy já estava mais calmo, entramos no quarto, e antes de qualquer aproximação, ouvi algo que acaba com qualquer tesão: “amor, aguenta ai, que eu vou dar uma cagada”.

É... aguenta ai! Em alguns minutos o quarto ficou tomado pelo agradável aroma de fezes ao vinho e ao molho madeira... hehehe... vi qualquer possibilidade de uma noite agradável de sexo rolar descarga abaixo, literalmente.

Pensei por algum momento que o excesso de intimidade já havia terminado, porém o boy, não satisfeito abre a porta do banheiro e diz: “pronto, acabei”.

Extasiada e sentada na cama, o herdeiro político, vem em minha direção, me abraça e solta agradáveis palavras: “mas você tem um cuzão!”.

Realmente, naquela ocasião, ele havia encerrado o encontro com chave de ouro.

Depois desse “momento intimidade”, descobri que o filho do senador era, na realidade, filho do porteiro. Coitado do rapaz... mal sabe ele que eu só queria sexo... Beijo não liga, baby!

7 comentários:

  1. Que cara mais escroto! Além de mentir, é um canalha!

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  2. Ninguém é pego de surpresa por um indivíduo desses. Ninguém se depara com um príncipe e depois, no motel, se aterroriza com um "que cuzão você tem" ou com os hábitos intestinais do sujeito...

    Detalhes diversos, muitas vezes não tão discretos, já indicam o que está por vir. Tudo bem que a nossa caríssima narradora só queria sexo, mas... Será que vale um sexo assim? Das duas uma: coisa melhor ela pode fazer com os dedos, ou tem a capacidade de encontrar um sujeito menos "orangotango"... ;)

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  3. HAHAHAHAHAAHA. Estou tendo palas de risos aqui! O "vou dar uma cagada" foi bem amável!

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  4. Sr. "X", se os sinais fossem tão claros assim, "ninguém" teria histórias para contar por aqui. Sua afirmação absoluta não pertence a este mundo!!! Seja bem-vindo a realidade.

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  5. Realmente não tem como advinhar essas coisas. Mas na hora que o cara começou a dar chilique no carro ela deveria ter saído fora. Mas o tesão falou mais alto e o preço a ser pago foi alto..

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  6. Veja bem, adivinhar se o cara vai brochar ou se a mulher não depila desde que nasceu é uma coisa. Não tem mesmo como adivinhar.

    Agora, Sr. Anônimo e Pereira, um cara que fala "peraí que vou dar uma cagada" no motel e "mas você tem um cuzão!", não pode ter sido um sujeito polido e agradável durante a noite inteira...

    São coisas completamente diferentes. ;)

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  7. Hehehe... isso acontece porque os sinais é o "X" da questão!

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